Nossos Escritos
quinta-feira, 13 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Poema de Vinicius de Moraes
· A
cachorrinha.
(Vinicius
De Moraes e Antônio Carlos Jobim)
Mas que amor de cachorrinha !
Mas que amor de cachorrinha !
Pode haver coisa no mundo.
Mais branca, mais bonitinha.
Do que a barriguinha.
Crivada de maminha ?
Pode haver coisa no mundo.
Mais travessa, mais tontinha.
Quando vem fazer festinha.
Remexendo a traseirinha.
·
A morte do meu carneirinho.
(Vinicius
De Moraes)
Não teve flores,
Não teve velas,
Não teve missa,
Caixão também...
Foi enterrado.
Junto a maré.
Por operários.
Mesmos do trem.
A flor do orvalho.
Pendeu da nuvem.
E pelo chão.
Despetalou...
O céu ergueu.
A hóstia do sol.
E o mar em ondas.
Se ajoelhou.
Cortejo lindo.
Maior não houve.
Desse amiguinho:
Lã vestidas.
Com a lã das nuvens.
Todas as algas.
Dois carneirinhos
Os gaturamos.
Trinaram hinos.
No altar esplêndido.
Da madrugada,
E o vento brando
desfeito em rimas.
Foi badalando.
Pelas estradas.
-- Nycollas F. e Júlio.
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